terça-feira, 28 de junho de 2011

Atividades Permanentes na Alfabetização

ATIVIDADES PERMANENTES EM TURMAS DE 1º ANO DE ESCOLARIDADE

I- AGENDA

Nas situações cotidianas da sala de aula, é importante que as atividades do dia sejam organizadas junto aos alunos. Assim, todos se comprometem com o cumprimento das mesmas. Além disso, a organiza-ção da AGENDA é uma importante estratégia que leva os alunos a pensar e trabalhar uma situação real de leitura e de escrita. Nessas situações a escrita é também utilizada para auto-monitoração das próprias ações.

TEMPO MÁXIMO RECOMENDADO: 10 MINUTOS

FUNÇÃO: O TRABALHO COM A AGENDA TEM COMO FINALIDADES:

ØTrabalhar a função social da escrita, utilizando-se de textos REAIS.

ØPossibilitar ao aluno “ler”, mesmo sem saber ler convencionalmente.

ØObservar um “escritor” mais experiente escrevendo e ampliar as noções que possuem sobre os instrumentos e procedimentos que envolvem o ato de escrever.

ØEnsinar que para escrever precisamos de muitas letras, e que elas são colocadas nos lugares certos.

ØPossibilitar ao aluno ser um agente ativo no processo de ensino e aprendizagem.

ØOrganizar as atividades do dia observando a sequência numérica.

ØDesenvolver atitudes de escuta.

ØIdentificar as atividades do dia para decidir sobre o que fazer em cada momento da aula.

ØAmpliar noções de tempo, construindo os conceitos de passado, presente e futuro.

ØGarantir o aproveitamento do tempo escolar.

ØEnsinar comportamentos desejáveis para o cumprimento das atividades do dia.

ØPromover situações de responsabilidade coletiva.

ØReconhecer palavras, letras e sílabas com consciência das relações fonema/grafema.

ØObservar e pensar sobre a sonoridade das palavras e sobre a escrita delas.

ØPossibilitar a leitura e a escrita de palavras estáveis, como por exemplo: LEITURA DELEITE, ATIVIDADE, NOME, MATEMÁTICA, SALA ETC.

COMO FAZER?

Ø Sensibilizar o grupo para o momento da escuta e da participação durante a produção escrita da agenda do dia.

Ø Organizar e escrever a agenda do dia no quadro ou em outro material na presença dos alunos. Enquanto escreve, é importante ler em voz alta quais serão as atividades do dia, mencionando qual delas iniciará o dia, qual virá na sequência, o que vem antes do recreio e depois dele.

ü Durante a produção escrita da agenda, fazer, sempre que possível, a abordagem dos aspectos do sistema de escrita: representação gráfica das letras, reconhecimento delas, variedade e repetição de letras, palavras com começo e final com a mesma letra, organização das letras na composição das palavras...

ESTAS ABORDAGENS SOBRE OS ASPECTOS DA ESCRITA DEVERÃO SER FEITAS COM ALGUMAS PALAVRAS TENDO O CUIDADO COM O TEMPO UTILIZADO PARA A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE.

Ø Direcionar momentos de intervenções pontuais com alguns alunos: chamar ao quadro o aluno que ainda está com dificuldade no processo de aprendizagem e pedir que ele leia uma das palavras escritas passando o dedo ou outro marcador sobre as palavras; peça ao aluno para falar o nome da letra ou sílaba inicial da palavra lida; solicite que o aluno encontre determinada palavra na lista (agenda) etc.

Ø Conversar com os alunos sobre a responsabilidade para o cumprimento das atividades previstas e organizadas na agenda.

Ø Fazer, rapidamente, a leitura coletiva do que foi escrito.

Ø Retomar à agenda, ao término de cada atividade realizada, para desafiar o aluno a saber o que vai acontecer, sinalizar o que já foi feito e refletir sobre o tempo escolar. (“Qual atividade nós já realizamos hoje?” “Vamos ler e marcar na nossa agenda...” “Qual a próxima atividade a ser realizada?” etc).

Ø Ao final da aula, avaliar com os alunos o andamento das atividades previstas: Realizamos todas as atividades? O que aconteceu? O que vamos fazer? etc.

Vale ressaltar que o registro escrito diário da agenda, feito pelo professor, é uma situação importante para a apropriação do sistema de escrita alfabético; o que acontece quando a lista das atividades do dia contempla as mesmas palavras (palavras estáveis) para designar as atividades, variando apenas em função do dia da semana. Leitura deleite, escrita, recreio, Matemática, Artes, Educação Física e outras palavras relacionadas à agenda passarão a fazer parte do vocabulário dos alunos, e o contato com a escrita dessas palavras acabará se tornando uma referência para a escrita de outras palavras. Pouco a pouco, os alunos começarão a reconhecer partes da escrita dessas palavras – as letras com as quais começam ou terminam, a presença de um acento, as sílabas iniciais etc.

“É importante que os alunos percebam que a produção escrita da AGENDA já faz parte da aula”

II- LEITURA DELEITE (LEITURA REALIZADA EM VOZ ALTA PELO PROFESSOR)

“Momentos diários quando o professor lê para seu grupo, possibilitando que os estudantes possam, inclusive, observar o escrito e as ilustrações, são de grande importância nesse processo. Pesquisas realizadas em diversos países demonstram que meninos e meninas que desde cedo escutam histórias lidas por adultos, ou que brincam de ler e escrever (quando ainda não dominaram o sistema de escrita alfabética) adquirem um conhecimento sobre a linguagem escrita e sobre os usos dos diferentes gêneros textuais, antes mesmo de estarem alfabetizadas” (cf. Teberosky, 1995)

TEMPO MÁXIMO RECOMENDADO: 15 MINUTOS

FUNÇÃO: O TRABALHO COM LEITURA DELEITE TEM COMO FINALIDADES:

ØGarantir que a leitura se torne parte integrante da rotina na sala de aula. E esse contato diário e constante permite que os alunos adquiram o gosto pela leitura, familiarizem-se com a linguagem escrita, sintam prazer com a leitura, conheçam uma diversidade de textos e seus usos na sociedade.

ØFavorecer a vivência de emoções e o exercício da fantasia e da imaginação.

ØMostrar a função social da escrita com textos de boa qualidade.

ØFavorecer a compreensão e aprendizagem sobre a organização(formatação) e função do gênero em destaque.

ØEnsinar comportamen-tos leitores.

ØPromover situações de escuta atenta de textos lidos em voz alta.

ØFormar leitores com-petentes e, consequen-temente, formar escri-tores competentes, pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura.

ØAmpliar os conheci-mentos dos alunos sobre a linguagem escrita, favorecendo a realização de antecipações cada vez mais ajustadas a cada tipo de texto a ser ouvido pela turma.

ØCompreender as relações entre o que se fala e o que se escreve, que a linguagem que se usa para escrever é diferente da linguagem falada.

ØEntender que os textos escritos não são todos iguais.

COMO FAZER?

1. PREPARANDO-SE PARA A LEITURA

Ø Planejar momentos de leitura envolvendo textos de diferentes gêneros para que os alunos comecem a perceber algumas características desses gêneros.

Ø Selecionar previamente o texto a ser lido tendo o cuidado de escolher materiais bem escritos.

Ø Conhecer o texto com profundidade, planejar as situações de leitura observando a utilização dos recursos linguísticos que enriquecem a história.

Ø Preparar a leitura em voz alta de forma a garantir uma boa compreensão dos alunos.

Ø Evitar escolher aqueles textos em que a intenção seja apenas de ensinar algum conteúdo escolar.

É preciso cuidado especial ao selecionar os materiais a serem lidos, é preciso levar em conta o grupo de alunos que compõem a turma. É importante que o professor leia os textos com antecedência a fim de analisar o que pode ou não interessar aos seus alunos. Alguns tipos de materiais que podem ser utilizados nesta etapa: contos tradicionais, histórias contemporâneas, lendas, fábulas, textos informativos, textos científicos sobre animais, sobre o corpo humano etc.

2. ANTES DE INICIAR A LEITURA

Ø Organizar os alunos para o momento da leitura, sensibilizando-os para a importância da escuta.

Ø Comunicar onde e como encontrou o texto.

Ø Demonstrar que a qualidade do texto é o que motivou a sua escolha como algo que vale a pena ser lido: porque é interessante, instigante, intrigante ou emocionante… (seduzir os alunos para que queiram conhecer o texto).

Ø Mostrar aos alunos o portador do texto: se é um livro, mostrar a capa; se é um jornal, fazer referência à seção na qual o texto aparece; se é uma carta, dizer como chegou às suas mãos e a quem está dirigida; se é um texto de uma enciclopédia, mostrar a função do índice e investigar o que os alunos já sabem sobre o assunto etc.

Ø Se for um conto, informar aos alunos sobre o texto que será lido, antecipando parte da trama da história, seus personagens, o local onde ela se passa. Isso ajuda os alunos a se interessar pela leitura e fornece elementos para que eles possam antecipar o conteúdo do texto e se situar durante a leitura.

Ø A leitura feita pelo professor com a função de deleite, PREFERENCIALMENTE deverá acontecer no início da aula. É importante que os alunos formem hábitos escolares, ficará mais fácil se eles já souberem o que vai acontecer. No início da aula os alunos ainda estão mais calmos e é bom que não estejam cansados.

Ø A atividade de leitura deve ser intencional. Não basta simplesmente fazer uma leitura todos os dias. Os objetivos desta atividade devem estar claros no momento do planejamento.

Ø Para que a leitura não seja interrompida por pessoas que costumam bater à porta da sala, combine com os alunos sobre modos para resolver este problema, como por exemplo: realizar a produção escrita coletiva de uma plaquinha para ser pendurada na porta da sala de aula, esta atividade é uma oportunidade para facilitar a compreensão dos alunos sobre os usos sociais da escrita em situação real.

NÃO SE ESQUEÇA DE TIRAR A PLAQUINHA ASSIM QUE A ATIVIDADE DE LEITURA DELEITE TERMINAR.

3. LENDO O TEXTO PARA OS ALUNOS

Ø Apresentar o texto ao grupo. Dizer o título, o autor (apresentar informações simples e importantes sobre o autor) e apresentar o ilustrador, se houver.

Ø Se for um livro, mostrar a capa e desafiar os alunos a utilizarem estratégias de antecipação a partir dos conhecimentos que eles já possuem frente ao texto, em função de suas hipóteses sobre: “O que vocês estão vendo na capa?”; “O que acham que está escrito?” “Onde está escrito o título?” “O que vocês acham que pode acontecer num texto com esse título?”

Ø Compartilhar com os alunos seu próprio comportamento de leitor experiente, mostrando-se interessado, emocionado ou entusiasmado com o texto a ser lido.

Ø Segurar o livro aberto sobre as mãos, com cuidado e carinho, denotando respeito.

Ø Ler, pausadamente, mas demonstrando intimidade com o texto.

Ø Fazer uma leitura clara com ritmo adequado respeitando a pontuação. Ler nem com muita pressa, nem muito devagar.

Ø Evitar gestos e expressões faciais exageradas, como recursos de narração. Pois, quando se lê uma história, a carga de tensão deve estar contida na própria relação das palavras.

Ø A voz deve ser bem impostada, mas nunca “dramatizada” com exageros.

Ø A cada página virada, mostrar aos ouvintes as imagens (ilustrações e palavras, se estiverem em destaque) – sem demorar.

Ø Durante a leitura procurar não interromper a narrativa.

Ø Não trocar nem simplificar as palavras do texto, ler o texto tal como ele é. Realizar a leitura do texto integral, sem resumi-lo.

Ø Ler com atenção, sem esquecer que a leitura está sendo realizada para outros, portanto é necessário que, entre um parágrafo e outro, o leitor dirija o olhar para o grupo, perceba o movimento, o nível de tensão e a atenção.

Ø Se o conto for longo, para garantir a atenção e o envolvimento do grupo, o professor pode interromper a leitura no momento de maior suspense e usar esta interrupção como estratégia para criar nos alunos o desejo de continuar ouvindo a história no dia seguinte (leitura feita em capítulos).

Durante a leitura, o professor deve criar muitas e variadas situações nas quais lê diferentes tipos de texto. Quando se trata de um conto, por exemplo, criar um clima propício para desfrutá-lo: propor que as crianças se sentem a sua volta para que possam ver as imagens e o texto, caso queiram; ler com a intenção de provocar emoção, curiosidade, suspense ou diversão; evitar as interrupções que poderiam cortar o fio da história e, portanto, não fazer perguntas para verificar se as crianças estão entendendo, nem explicar palavras supostamente difíceis; incentivar as crianças a seguirem o fio da narrativa (sem se deterem no significado particular de certos termos) e a apreciarem a beleza daqueles trechos cuja forma foi objeto de um cuidado especial por parte do autor.

É importante que os alunos aprendam que temos finalidades para as nossas leituras. Lemos para nos deleitar, para nos informar, para saber fazer, para saber jogar, para encontrar um nome numa lista etc. Esta leitura feita pelo professor no início da aula, como atividade permanente, tem a função de DELEITE.

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III- ATIVIDADE COM O NOME: “CHAMADA”

O desenvolvimento de um trabalho sistemático e frequente com o nome próprio representa importante estratégia didática na alfabetização. O nome próprio traz uma carga emocional maior do que outras palavras, que muitas vezes não têm significado para o aluno. O nome próprio é um modelo de escrita estável (palavra estável é aquela que o aluno tem certeza de que se retirarmos uma letra, trocá-la de posição, invertê-la, deixa de ter o mesmo significado).

TEMPO MÁXIMO RECOMENDADO: 15 MINUTOS

FUNÇÃO: O TRABALHO COM OS NOMES DOS ALUNOS “CHADADA” TEM COMO FINALIDADES:

Ø Propor aos alunos uma oportunidade privilegiada de reflexão sobre a língua escrita por se tratar de uma palavra estável.

Ø Proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre a leitura e escrita do seu nome e dos colegas de classe em contextos reais informando-lhes sobre as letras: a quantidade, a posição e a ordem delas no nome.

Ø Desafiar os alunos a lerem os próprios nomes e os dos colegas acionando estratégias de antecipação, o que possibilita descobrir o que está escrito.

Ø Fazer com que os alunos reflitam sobre as letras e seus sons comparando nomes parecidos, reconhecendo as letras iniciais e finais dos nomes e permitindo o contato com diferentes sílabas e diferentes tamanhos de palavras.

COMO FAZER? DESENVOLVER ATIVIDADES DIVERSIFICADAS, COMO:

Ø Disponibilizar a cada aluno o crachá com a escrita do seu nome (letra de forma de um lado e cursiva do outro). Ensinar aos alunos onde termina e onde começa a escrita do nome, destacando o som da letra inicial, final...

Ø Fazer a chamada dos alunos utilizando material escrito como apoio (no caso, os crachás dos alunos). O encaminhamento pode e deve variar: Exemplo:

  • Você lê e mostra os crachás procurando destacar alguma informação sobre a escrita dos nomes.
  • Você mostra o crachá e desafia a turma (ou um aluno) a ler o nome nele registrado (dê dicas que destaquem elementos da escrita dos nomes e/ou forneça informações sobre a mesma).

Ø Pedir que os alunos escrevam o nome no caderno ou em outro material, de acordo com o planejamento. O encaminhamento pode variar: sem consulta, ou seja, conforme as suas hipóteses, com consulta ao colega (favorecendo a troca de ideias), com consulta a algum material.

Ao perceber que algum aluno fez o registro do nome de forma incorreta, pegar o crachá e desafiá-lo a compreender que para escrever o seu nome ele precisa de determinadas letras que são organizadas de uma única forma.

Ø Escrever os nomes dos alunos no quadro construindo uma LISTA (se preferir esta lista pode ser escrita no quadro com antecedência).

  • desafiar os alunos a identificarem alguns nomes na lista (contar as letras, verificar se há repetição de letras, identificar nomes que começam com a mesma letra, procurar nomes que possuam a mesma quantidade de letras).
  • entregar letras soltas para que os alunos possam reconstruir alguns dos nomes da lista; pode ser os nomes dos alunos que faltaram, os nomes começados ou terminados com determinada letra escolhida pelo professor (ditar os nomes).
  • fazer a revisão coletiva tendo o cuidado de refletir com os alunos, como por exemplo: que F de Fátima tem o mesmo som de F de Felipe, que letras iguais podem ter sons diferentes, como C de Carla e C de Cíntia etc.

As atividades acima relacionadas não serão realizadas num único momento. Escolher apenas uma para cada vez.

Ø Entregar aos alunos a lista mimeografada, estimulando a realização de antecipações sobre o conteúdo da lista, assim: temos aí uma lista; será lista de quê? Alguém já descobriu o seu nome? Descobriu o nome de algum colega? Vamos ver quem consegue encontrar onde está escrito o nome do(a)... etc. Propor as seguintes atividades utilizando a lista de nomes:

  • Leitura coletiva e apontada dos nomes escrito observando se há repetição de letras no próprio nome e pintá-las
  • Marcar os nomes que começam com a mesma letra ou a mesma sílaba.
  • Cobrir com lápis de cor os nomes iniciados com a letra C (aproveite para explorar os nomes encontrados: quantidade de letras, letra inicial, final, nomes e sons dessas letras).
  • Pintar os nomes que possuem uma quantidade determinada de letras, como por exemplo: pintar os nomes que têm 4 letras.
  • Marcar os nomes que terminam com a letra A
  • Riscar os nomes que terminam com a letra I e circular os nomes que terminam com a letra O. Perguntar: São nomes de meninas ou de meninos?
  • Identificar os nomes que têm mais letras e os que têm menos letras.
  • Identificar a letra que mais aparece ao final dos nomes dos alunos da turma.

As atividades acima relacionadas não serão realizadas num único momento. Escolher apenas uma para cada vez.

Ø Organizar com a turma um mural com o alfabeto dos nomes dos alunos. Durante a atividade, chamar a atenção para a letra inicial de cada nome e o seu respectivo som. Pode-se também chamar atenção para a sílaba inicial dos nomes.

Ø ENCONTRE O SEU NOME:

  • Organizar as carteiras da sala de aula enfileiradas.
  • Separar os crachás da turma de acordo com os nomes os alunos de cada fileira, colocando-os em caixas.
  • Colocar uma caixa na primeira carteira de cada fileira.
  • A um sinal, dado pelo professor, o primeiro aluno da fileira pegará o seu nome e passará a caixa para o aluno de trás, e assim sucessivamente até chegar ao último aluno da fileira.
  • Os alunos de cada fileira, juntos, deverão organizar os crachás em ordem alfabética, afixando-os no quadro de pregas. Essa atividade será orientada pelo professor com a participação de toda a turma.

Durante a atividade, o professor deverá fazer as intervenções necessárias, pois nem todos os alunos conseguirão identificar corretamente o seu próprio nome. Caso isso aconteça, pergunte:

- O seu nome começa com essa letra?

- Onde está o começo deste nome?

- Que letra é esta?

- O seu nome é ALINE. ALINE começa com a letra A. Esse nome que você pegou tem a letra A? Essa letra (aponte para a 1ª letra do crachá) é a letra A?

- Vamos procurar qual o nome que começa com a letra A?

- Se necessário, continue fazendo as intervenções, até que o aluno consiga encontrar o seu nome.

Ø Elaborar fichas com os nomes dos alunos. Cada aluno receberá o seu nome e deverá recortar as letras, misturá-las sobre a carteira e, em seguida, recompor o nome, colando no caderno ou em outro material.

  • Orientar os alunos a dobrar os crachás marcando cada letra (o professor deverá observar cada aluno e fazer as intervenções necessárias; se for o caso, mostrar o nome do aluno para que ele faça a revisão e as alterações antes de colar no caderno).

Ø Entregar aos alunos fichas com os seus nomes, eles deverão recortar as sílabas que compõem os seus respectivos nomes, misturá-las sobre a carteira e recompor os nomes, colando no caderno ou em outro material. Se for necessário, mostrar o nome do aluno para que ele faça a revisão e as alterações necessárias antes de colar no caderno.

  • Orientar os alunos a falarem seus respectivos nomes, pausadamente, contando cada sílaba pronunciada.
  • Todos deverão dobrar seus crachás, de acordo com o número de sílabas (o professor deverá observar cada aluno e fazer as intervenções necessárias).
  • Os alunos deverão cortar e misturar as sílabas reorganizando-as, formando o seu nome e colando-o no caderno ou em outro material.
  • O professor deverá registrar no quadro, com a participação dos alunos, os nomes que têm sílabas iguais destacando-as. Após destacar as sílabas, chamar atenção para as letras necessárias à escrita das mesmas.

Ø Preparar um cartaz com a escrita da música A CANOA VIROU.

  • Apresentar o texto desafiando os alunos a anteciparem o conteúdo escrito no cartaz.
  • Explicar para os alunos sobre a atividade a ser realizada.
  • Desenhar no chão uma grande canoa, pode ser com giz.
  • Conforme a música vai sendo cantada, o professor mostra um crachá e os alunos leem este nome e o dono dele entra na canoa.

Para esta atividade, escolher alguns nomes que possibilitem reflexões sobre o sistema de escrita alfabético.

Ø Preparar fichas com a escrita dos nomes dos alunos faltando a 1ª letra ou a 1ª sílaba:

  • Organizar os alunos em roda.
  • Espalhar as fichas e desafiar os alunos a anteciparem o conteúdo das fichas questionando-os: o que está escrito nestas fichas? Mas será que aqui está escrito o nome da Juliana? Para ser o nome dela, o que está faltando?
  • Entregar a cada aluno a ficha correspondente ao seu nome.
  • O que fazer para ser o seu nome?

O professor deve estar atento às dificuldades dos alunos, fazendo as intervenções necessárias. Talvez seja preciso ensinar o traçado da letra a alguns alunos; esteja atento.

Ø Preparar fichas com os nomes dos alunos, tendo o cuidado de não escrevê-los com letras de tamanho pequeno:

  • Organizar os alunos dispostos em roda.
  • Espalhar as fichas no centro da roda e desafiar os alunos a anteciparem o conteúdo escrito nelas.
  • Solicitar que cada aluno pegue a ficha em que está escrito o seu nome.
  • Colocar um quadro de pregas no centro da roda e orientar os alunos a organizarem os seus nomes em ordem alfabética. Indagar: Como podemos fazer isto?
  • Organizar esses nomes tendo o cuidado de refletir, junto com os alunos, sobre as letras iniciais dos nomes.
  • Solicitar que os alunos registrem o seu nome no caderno ou em outro material, destacando com lápis de cor a letra inicial.

Ø Leitura do nome do colega:

  • Colocar numa caixa (de tato) os nomes dos alunos.
  • Explicar para os alunos como será o desenvolvimento da atividade.
  • Passar a caixa de mão em mão e solicitar que cada aluno pegue uma ficha, tente ler o que está escrito nela.
  • Pedir que cada aluno leia o nome em voz alta. Se houver dificuldade para identificar o nome escrito, o professor deve fazer as intervenções necessárias ajudando o aluno a realizar a atividade.
  • Pedir que os alunos registrem no caderno o seu nome e o nome do colega (o nome tirado da caixa).

Ø Ditado:

  • Entregar aos alunos uma lista com os seus nomes.
  • Desafiar os alunos a anteciparem o conteúdo desta lista (O que temos escrito aí? Por que vocês acham que trata disto? Todos os nomes começam iguais? Todos os nomes têm o mesmo número de letras? etc.)
  • Ditar três nomes da lista.
  • O aluno deverá encontrá-los na lista que tem em mãos e circulá-lo.

A seguir, escrever o nome no quadro e orientar os alunos para a revisão.

Para que essa atividade seja possível a todos os alunos, é importante fornecer algumas dicas, como: o nome começa com a letra L; termina com a letra A; tem 5 letras; começa com a sílaba LU; o nome é LUCIA.

Ø Fazendo a chamada:

  • Entregar aos alunos uma lista com os seus nomes.
  • Desafiar os alunos a anteciparem o conteúdo desta lista (O que temos escrito aí? Por que vocês acham que trata disto? Todos os nomes começam iguais? Todos os nomes têm o mesmo número de letras? etc.)
  • Pedir aos alunos para dizerem os nomes dos ausentes, procurarem esses nomes e circular.
  • Registrar estes nomes no quadro e refletir com alunos sobre a escrita deles.

Ø Escrita espelhada:

  • Escrever os nomes dos alunos em fichas de plástico transparente (usar caneta para retroprojetor).
  • Organizar os alunos dispostos em roda e espalhar estas fichas no centro (viradas).
  • Desafiar os alunos a anteciparem o conteúdo desta ficha (O que temos escrito aí? Por que vocês acham que trata disto? Tem algo estranho nesses nomes? Quando mudamos as letras de posição o nome continua o mesmo? etc.)
  • Desvirar as fichas e questionar os alunos sobre o que perceberam.
  • Entregar a cada aluno a fichas com o seu nome e solicitar que o registre em seu caderno.

Ø Nomes partidos:

  • Preparar envelopes feitos com folhas de revistas ou outro material reaproveitado. Colocar fichas com as sílabas que compõem os nomes dos alunos dentro dos envelopes.
  • Entregar a cada aluno o envelope com as fichas do seu nome.
  • Solicitar que abram o envelope e descubram o que está escrito nas fichas.
  • Pedir que cada um forme o seu nome, chamando atenção para a sílaba inicial.
  • Desafiar os alunos a retirarem a ficha que tem a sílaba final e verem o que aconteceu.
  • Escrever um dos nomes no quadro e destacar a sílaba inicial.
  • Propor que os alunos falem outras duas palavras que têm esta mesma sílaba no início.
  • Pedir que colem no caderno as sílabas formando o nome.
  • Destacar a sílaba inicial com lápis de cor e escrever ao lado o número que representa a quantidade de sílabas que compõem o nome.

Ø Chamada pela sílaba inicial:

  • Preparar fichas com as sílabas iniciais dos nomes dos alunos e colocá-las num “saquinho”.
  • Combinar com os alunos como será a chamada – feita pela sílaba inicial dos nomes, assim:

Sortear uma sílaba, mostrar e ler. O aluno cujo nome inicia com esta sílaba deverá ficar de pé.

As sílabas vão sendo colocadas num quadro de pregas.

Ø Pedir que os alunos registrem no caderno a 1ª sílaba dos seus nomes e desenhem ao lado um objeto cujo nome inicie com a mesma letra.

Apresentamos aqui apenas algumas sugestões de atividades que podem ser realizadas no momento da “chamada”. Cabe ao professor fazer as adaptações necessárias de acordo com a sua turma. Se os alunos já consolidaram a escrita do 1º nome, o professor poderá planejar atividades para esse momento diário da aula ensinando a escrita do nome completo.

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IV- ATIVIDADE COM O CALENDÁRIO

O uso deste instrumento tem função social definida no cotidiano da sociedade. O trabalho com este instrumento na sala de aula possibilita a construção de conhecimentos importantes em contextos reais de utilização.

TEMPO MÁXIMO RECOMENDADO: 10 MINUTOS

FUNÇÃO: O TRABALHO COM O CALENDÁRIO TEM COMO FINALIDADES:

Ø Compreender e sistematizar o uso do calendário.

Ø Aprender sobre a organização e passagem do tempo.

Ø Entender sobre a importância do registro de números.

Ø Desenvolver capacidades relativas ao uso da medida de tempo (dia, mês, ano...)

COMO FAZER?

Ø Conversar com os alunos sobre a utilização do calendário, indagando-os: Para que consultamos um calendário? Quem tem um calendário em casa? Será que todos os calendários são iguais? O que tem escrito num calendário? Para que servem os números que estão num calendário? etc.

Ø Criar situações nas quais os alunos precisem consultar no calendário:

  • Hoje é 2ª feira, vamos descobrir que data é...
  • Pedir a um aluno para marcar no calendário com o lápis de cor a data.
  • Escrever no quadro a data para que os alunos possam copiá-la no caderno.
  • Refletir, junto com os alunos, sobre a importância de registrarem a data do dia no caderno.

Antes de realizar qualquer atividade com o calendário, é importante que o professor ensine aos alunos como consultar dados neste material. E ao registrar a data do dia no quadro, os alunos precisam ser ensinados sobre como traçar os números.

Ø Combinar com os alunos sobre a maneira como vão fazer a escolha de quem vai marcar a data do dia no calendário, como por exemplo: seguir uma ordem alfabética, dizer uma letra ou sílaba inicial e o aluno cujo nome inicie com essa letra ou sílaba vai marcar a data. Aproveitar para trabalhar a leitura dos nomes dos colegas.

Ø Preparar uma tabela com os nomes de todos os meses do ano, apresentá-la aos alunos desafiando-os a antecipar o conteúdo escrito na mesma.

  • Explicar aos alunos sobre a realização da atividade – construção da tabela de aniversários.
  • Registrar na tabela os nomes dos alunos conforme o mês de aniversário.
  • Solicitar que os alunos contem quantos meses têm no ano.
  • Afixar a tabela num mural e questionar os alunos: Este texto vai servir para quê?
  • Aproveitar a tabela construída no dia anterior para resolver algumas questões com os alunos. Quantos alunos fazem aniversário no mês de maio? Em qual mês têm mais aniversariantes? Tem algum mês em que não tem aniversariante? Em que mês LUCAS faz aniversário? Quantos dias faltam para o aniversário da MARIANA?

Ø Confeccionar um calendário mensal para registrar as aulas de Educação Física, sala de leitura, Sala de Informática, se houver.

  • Consultar neste calendário para saber em que datas acontecerão às aulas de Educação Física etc.
  • Consultar neste calendário para saber quantos dias faltam para as atividades na sala de leitura etc.
  • Contar no calendário quantas vezes terá aula de Educação Física no mês...
  • Registrar junto com os alunos as datas num calendário individual.

Ø Utilizar o calendário para contar ou calcular período de duração, como por exemplo: Quantos dias faltam para...? Quantos dias se passaram...? etc.

Ø Localizar no calendário informações contidas nos bilhetes ou comunicados enviados ou recebidos. Ex.: Fazer a leitura de um bilhete aos pais comunicando sobre uma reunião e pedir aos alunos para marcarem no calendário a data e dia da semana em que acontecerá a reunião etc.

Ø Solicitar aos alunos que consultem no calendário e copiem no caderno o nome do dia da semana em que estamos.

Ø Consultar no calendário para saber:

  • Em que dia do mês estamos?
  • Ontem foi que dia do mês?
  • Quantos dias têm uma semana?
  • Quantos dias têm um mês?
  • Qual é o menor mês do ano?
  • Quantos dias faltam para terminarmos o projeto?
  • Em que mês estamos? Qual foi o mês que acabou? Qual será o próximo mês? etc.
  • Quantos Domingos têm no mês? Etc.

É importante que os dados consultados no calendário sejam registrados no caderno ou em outro material.

O professor precisa tomar cuidado para não apresentar aos alunos calendários que não fazem parte dos usos sociais. Eles precisam aprender a utilizar calendários que circulam na sociedade. Se for utilizar um calendário confeccionado, é preciso aproximá-lo dos calendários oficiais.

Apresentamos neste material apenas algumas sugestões de atividades que são importantes no processo de alfabetização. Cabe ao professor criar e planejar situações de ensino para que os alunos possam avançar no processo de aprendizagem desenvolvendo as capacidades previstas para o 1º ano de escolaridade.

É IMPORTANTE RESSALTAR QUE O TRABALHO DE REFLEXÃO SOBRE O SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICO DEVE PERPASSAR TODO O TRABALHO DO DIA A DIA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR, DESDE AS PRIMEIRAS ATIVIDADES DO DIA (ESCRITA DA AGENDA, LEITURA DELEITE, “CHAMADA”, CALENDÁRIO) ATÉ O MOMENTO DE ENCERRAMENTO DA AULA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

CAVALCANTI, Joana. Caminhos da Literatura infantil e juvenil: dinâmicas e vivências na ação pedagógica. São Paulo: Paulo, 2002.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Projeto Toda Força ao 1º Ano: guia para o planejamento do professor alfabetizador – orientações para o planejamento e avaliação do trabalho com o 1º ano do Ensino Fundamental / Secretaria Municipal de Educação. São Paulo: SME / DOT, 2006. 115p.

SEME. Secretaria Municipal de Educação. Departamento Técnico- Pedagógico. Divisão de Supervisão Escolar. Caderno Pedagógico nº 2 - 1º e 2º anos do Ensino Fundamental / Secretaria Municipal de Educação. Cabo Frio: SME, 2007.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Ministério da Educação - SEB, 2007.

PRÓ-LETRAMENTO – Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Alfabetização e Linguagem. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2007.

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